quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"Ou não..." Salve Caetano!

Teve uma explosão, ou não. O mundo foi criado em sete dias, ou não. Viemos do macaco, ou não. (É, não mesmo!) O tempo passou, o mundo girou, O japão quase explodiu, Lula assumiu e Obama ganhou. O Brasil conquistou pela oitava vez a liga mundial, Michael Jacksom morreu, a ciência cresceu e a tecnologia despontou no horizonte de eventos do nosso grande buraco-negro antropocentrista como uma provável solução para os males da civilização, ou não... O Iraque que o diga! Minha reflexão não é anarco-primitivista, seja lá qual for a sua classificação, creio que toda reflexão é válida (motivo de ter criado o blog). Quando era uma criança: a cabeça enorme, pateticamente equilibrada sobre os ossos recobertos de pele , cabelos enormes recobrindo os ombros, perpetuava um olhar grande e curioso, carregando o zunido da dúvida sobre como funcionava o mundo e outros segmentos. De segundos em segundos recebia uma visita. Era a senhora Dúvida que vinha me incomodar. Ela nem pedia licença chegava e já entrava, me esforçava em coloca-la para fora da minha sala de visitas. Falava em tom altivo, tá vendo ali? Saia agora. Torcia para que ela saísse pelos ouvidos, porta da casa. Consegui uma intimação judicial emitida pela Associação do conhecimento e saber, já que desconhecia as letras e talvez apenas por isso, desconhecesse a indignação do funcionamento dessa coisa redonada suspensa no ar, abrigo de mentes pulsantes e corpos vagantes, o mundo. Ao longo dos anos aguardava a chegada do desconhecido com uma quase submissão, a espera ainda não foi sanada, mas hoje em dia a espectativa está mais equilibrada. Inclino-me a entender os mestres das filosofias, teorias, metodologias, epistemologias... Embora a acadêmia não cumpra a sua verdadeira função (próximo post).Enfim, vou encerrar a minha verborragia e lembrar do meu genial Rimbaud que faz alusão à questão principal deste post " Ciência e paciência". (Quem tiver curiosidade é só dar uma bizoiada no segundo maior oráculo da atualidade - Os gregos que me perdoeem com o seu encantador Delfos!- http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Rimbaud ).

Foi enfim achada.
Quê? a eternidade.
É o mar ao sol.
Minha alma eterna,
mantém tua promessa
apesar da noite ou do dia em fogo.
Assim te libertas de humanas querelas
e impulsos comuns!
Voarás por ti...
Nada de esperanças nem de recomeço.
Ciência e paciência, o suplício é certo.
Fim dos amanhãs, brasas de cetim. É
no teu fervor que está o dever.
Foi enfim achada!
Quê! A eternidade.
É o mar ao sol.

Arthur Rimbaud,
Em Uma temporada no inferno:Delírios, II ,
Alquimia do verbo,na tradução de Paulo Hecher Filho.

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