"Quando percebi, estava olhando para as pessoas como se soubesse alguma coisa delas que nem elas mesmas sabiam. Ou então como se as transpassasse. Eram bichos brancos e sujos. Quando as transpassava, via o que tinha sido antes delas, e o que tinha sido antes delas era uma coisa sem cor nem forma, eu podia deixar meus olhos descansarem lá porque eles não se preocupavam em dar nome ou cor ou jeito a nenhuma coisa, era um branco liso e calmo. Mas esse branco liso e calmo me assustava e, quando tentava voltar atrás, começava a ver nas pessoas o que elas não sabiam de si mesmas, e isso era ainda mais terrível. O que elas não sabiam de si era tão assustador que me sentia como se tivesse violado uma sepultura fechada havia vários séculos. A maldição cairia sobre mim: ninguém me perdoaria jamais se soubesse que eu ousara. Ninguém me perdoaria se soubesse que eu sei o que elas são, o que elas eram." Caio Fernando Abreu.

Cada vez me apaixono mais por eles, pelos outros ou seja por mim. Ah! A Antropologia e seus encantos...

O Noel já era.

"(...) nas frases desta carta que é uma prova de afeição, talvez tu não a leias (...) "

(Erasmo Carlos / Roberto Carlos)

Eu sou meio revoltada com esse velho.

Quando pequena escrevia cartinhas, como a maioria das crianças e escolhia muitos brinquedos que passavam nos comerciais do SBT. Na época reinavam os apresentadores infantis "empurradores" de caixas grandes com suas caras estampadas em brinquedos fajutos. Eu tenho raiva da apresentadora Eliana até hoje, malditas maquininhas de chiclete, sorvete, pipoca... Que nunca funcionavam como o marketing anunciava. Além de falir os meus pais com esses “Divertidos brinquedos, que a sua filha vai adorar, compre já o seu! Disponível nas melhores lojas!”.

Pois bem, cresci. Agora não escrevo cartinha, vou enviar um memorando solicitando:

Meias e cuecas rasgadas para os parlamentares e também para os outros honestos. Cirurgias de graça para todas as mulheres darem uma recauchutada feito a Dilma Rousseff. Uma usina nuclear de fazer inveja para a Coréia. Diminuição da discriminação, principalmente para com os suínos. Fechamento dos hortfrutis do funk. Produção de colchão amortecedor para helicópteros. Muita Copenhague, se não for p/ rir do cenário político ao menos faça a chocólatra aqui feliz. Autorização para rasgar outros diplomas assim como foi com os jornalistas. Menos gasto de celulose, isto é que no próximo ENEM ocorra tudo bem. Amém. Mais questões Zelayaenses ou Battistianas, digo polêmicas para o Brasil, porque o ajuda a se projetar no cenário mundial. Que o Pelé, a Xuxa e o Silvio Santos durem para todo o sempre para que a mídia não entupa nossas casas com lamentações Jacksonianas, digo, despedida de "ídolos".

Falando em despedida, se Noelzinho não realizar todos os meus pedidos, tomara que ... ÔôÔô Noel! Tomara que você entupa na chaminé. Ih, mas no Brasil quase não a temos!

Tomara que suas renas não respeitem os comerciais do "beba com moderação"e metam os focinhos nos pinheiros, iiiih mas aqui , ah! Que seja em um coqueiro... ÉÉÉÉ! Daliii a Lei Seca. Seca? Será que o barrigudinho só esquece da tão comentada África ou também do Nordeste?

Duende explorado na fábrica de brinquedos ganhava menos de um salário mínimo mata Papai Noel.

Mas... Imagina só, o Saci-Pererê distribuindo presentes?! Ah, não é tão difícil, vai?! Ele já tem até o gorro.

Brincadeiras a parte. Feliz natal Gente!

Obs: ÉÉÉ ... Papai Noel... Ninguém mandou o senhor trocar o meu presente e colocar na meia um pacote dourado lindo e com fita de seda vermelha contendo uma caixinha repleta de ironia. Viu, mãe? a culpa é dele!