segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Segurança pública, Hemoglobina & Meias

O Professor sorri e minha alma quer explodir mais que os Power Rangers quando golpeados. E aquela certeza reinando de que... -Paula, pode dizer para nós a diferença de Estado Penal e Estado de Direito?

É então, era essa a tal certeza: O chamado de Zordon.
Zordon é uma personagem fictícia de Power Rangers. Jura? Ué, o cara morre se sair de dentro do tubo, pensei que morria se ficasse dentro. Depois dessa tem que explicar né.

E no fundo da sala, um burburinho: - Sempre ela "A sabe tudo"!

Desconcentei em hora importuna. Lembrei de outra pergunta. Esta, em uma aula especial sobre Filosofia Clássica.

- Senhores, como identificar o amor?

No meu peito. Não, nos pulmões. Bem, na verdade, a hemoglobina do sangue sofrendo porque perdeu o gás carbônico e não recebeu oxigênio... [Pausa!] - Ei, não tô respondendo, tô só narrando o que se passava dentro de mim quando ouvi um outro Zordon, digo, professor chamar:

- Paula! você poderia nos dizer como identificar o A-M-O-R?

Concluo que é mais fácil voltar a pergunta sobre Segurança Pública e o burburinho que me fez recordar desse momento na aula de Filosofia.

" Eu acho que o nosso discurso penal hegêmonico congrega elementos absolutamente contraditórios; como repressão severa e penas alternativas, encarceramento em massa e direitos humanos [...] "

Enfim, recebo os parabéns do professor e os aplausos dos colegas de pesquisa e trabalho de campo.

Mas e a segunda pergunta feita na aula de Filosofia? Venho me indagando ao decorrer do caminho de casa. Passos lentos pela rua, música rápida nos ouvidos, mochila pesada e torta nos ombros.

Finalmente em casa e distraída. Um pouco mais tarde e longe de todas as teorias e conceitos acadêmicos, academicistas ou como queiram! Desligo o morfador e aí de Zordon brotar! E enfim, paz... retorno o contato comigo mesma, ou seja, conversas com os amigos, literatura e uma tentativa de desenvolver um trabalho ao som de Renato Russo. Até ouvir um - Boa noite - bem baixinho e apressado. Esperei terminar de digitar o último parágrafo e me dirigi ao quarto da minha mãe e lá estava ela descansando. Então, fui de pontas dos pés e sem demora, num impulso me abaixei em silêncio, ainda sim gritando ternura me debrucei para beijá-la na testa. E tendo quase toda a certeza do mundo que o beijo tinha sido tão leve quanto o semblante dela, de repente, sinto aquela dor no peito, não, nos pulmões... Na verdade é a hemoglobina que...

- Tá de meias, filha????

... Nada de dores, apenas susto. Me pergunto e me respondo:
- Mas ela não estava dormindo? Sim... Essa é uma das maneiras de identificar o A-M-O-R.

Um comentário:

Serginho disse...

voltou com estilo, texto digno da alcunha de "Divagação!"

bjos =****

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